Hoje ele faz 2 anos. Hoje. O tempo voou. E começou naquele dia, naquela segunda-feira! Naquela consulta, naquela ecografia, naquelas palavras "este bebé tem que nascer hoje". Foi tudo depressa..
Há 2 anos estava numa cama de hospital, só com uma bata verde, com um aparelho na minha barriga, com uma seringa no braço. Não sabia que horas eram, no relógio pregado na parede à minha frente os ponteiros voaram.
Ele esteve sempre comigo. Foi ele quem teve que fazer os telefonemas, que eu ia ficar internada e que o bebé tinha que nascer..
De repente eram 17h e eu fui levada para a sala de cirurgia, sozinha. Só tenho a agradecer o carinho com que fui tratada naqueles minutos, ou horas! Tenho pena, a ansiedade não me deixou decorar nenhuma cara, nenhum nome.. apenas da minha obstetra. Sozinha naquela sala, era a anestesista quem me fazia festas na cara. Foi a ela que perguntei "já cortaram?" Foi ela quem me respondeu "já estão a chegar ao bebé"
Foi ela quem disse "estão a sair as mãos, agora os pés... vamos ver se é mesmo um menino." Era! Era um menino que eu ouvi chorar.
Alguém me disse "é perfeito mãe!", o que eu mais desejava ouvir... mas não sei quem foi.
Levaram-no, mas eu ouvi-a o chorar ao longe.
A pediatra que acompanhava disse-me que tinha que ir para a incubadora.
Trouxeram-no, senti algo que não sei explicar, não sei. Amei-o tanto, tanto, que se fosse possível morrer de amor eu tinha morrido naquele momento. Toquei-lhe, dei-lhe um beijo e levaram-no. Chorei por dentro. Sentia-me vazia.
Aspiraram-me, cozeram-me. Fui para o recobro. Correu tudo bem.
Subi para o quarto, sem ele.
O meu marido estava à minha espera, e Deus sabe o que ele sofreu ao ver o filho ser picado, nos pés, na mão... mas estava ali, firme para mim. Mostrou-me fotografias e eu não gostei delas.
Diziam-me que era a minha cara.
Foram todos embora e eu fiquei.
Com dores, sozinha, a olhar para as fotografias. Não dormi, tinha dores, no corpo, no coração e pedia muito que as horas passassem. Queria que fosse de manhã, queria tanto vê-lo! Amanheceu, eu tinha dores, senti-me mal. Não pude sair do quarto. Mas quefia tanto vê-lo. Eram 15h e eu fui. Entrei numa Neonatologia, nem sabia o que era. E vi-o. Pequenino, mas tão lindo. Chorei. O meu coração ia-me fugindo do peito... estava lá o tempo todo a vê-lo dormir. Não mamava, rejeitou o leite artificial.
Dormia num quarto, numa unidade cheiade mães que acabaram de o ser, com os seus bebés, e eu sem ninguém. De noite adormecia a chorar, vencida pelo cansaço. Era o meu bebé e eu nem o podia sentir no meu colo...
Passada uma semana viemos para casa. Os 3. Até hoje. Mudei muita coisa na minha vida. Arrependo-me de algumas, mas nunca do tempomque dedico a ver-te crescer, de estar mais presente na vida dele.
Parabéns pequeno G!
Muitos parabéns ao G!! Dois anos!! Passa tão depressa, daqui a pouco são homenzinhos.Beijinhos
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